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terça-feira, 5 de março de 2013

Impactos da informatica na saude: O Prontuario Eletronico


O prontuário do paciente é um elemento crucial no atendimento à saúde dos indivíduos  devendo reunir a informação necessária para garantir a continuidade dos tratamentos prestados ao cliente/paciente.

As informações registradas no prontuário medico vão subsidiar a continuidade e a verificação do estado evolutivo dos cuidados de saúde , quais procedimentos resultam em melhoria ou não do problema que originou a busca pelo atendimento , a identificação de novos problemas  de saúde e das condutas diagnosticas e terapêuticas associadas.
O prontuário eletrônico do paciente (PEP)  é um meio físico, um repositório onde todas as informações de saúde, clínicas e administrativas, ao longo da vida de um indivíduo estão armazenadas e muitos benefícios podem ser obtidos deste formato de armazenamento. Dentre eles, podem ser destacados: acesso rápido aos problemas de saúde e intervenções atuais; acesso a conhecimento científico atualizado com consequente melhoria do processo de tomada de decisão; melhoria de efetividade do cuidado, o que por certo contribuiria para obtenção de melhores resultados dos tratamentos realizados e atendimento aos pacientes; possível redução de custos, com otimização dos recursos.

O Istitute of Medicine (IOM, 1997), entende que o prontuário eletrônico do paciente é “um registro eletrônico que reside em um sistema especificamente projetado para apoiar os usuários fornecendo acesso a um completo conjunto de dados corretos, alertas, sistema de apoio a decisão e outros recursos como links bases de conhecimento medico”.
A digitalização de documentos não pode ser considerada como um prontuário eletrônico, uma vez que não traz mudanças de comportamento e não possibilita a estruturação da informação, ressalta Leão (1997).


Van Bemmel (1997) nos mostra as vantagens do prontuário de papel e do PEP:


PAPEL
PEP

Facilidade no transporte

Simultâneo acesso em locais distintos
Maior liberdade de estilo ao fazer um relatório

Legibilidade
Não requer treino especial

Oferece apoio a decisão
Não sai do ar

Variedade na visão do dado
 
Em contrapartida sabemos que nem tudo são flores, então tanto o papel quanto o PEP também possuem suas desvantagens, irei citar as desvantagens do papel e posteriormente as do PEP segundo Mc Donald e Barnett (1990):

PAPEL
PEP
Para estudos científicos, o conteúdo precisa ser transcrito, o que muitas vezes predispõe ao erro.
Necessidade de grande investimento de hardware e software e treinamento.
Só pode estar em um lugar ao mesmo tempo, pode não estar disponível ou ate ser perdido.
Demora a ver os resultados do investimento
Conteúdo livre, algumas vezes ilegível.
Sujeito a falhas tanto de hardware quanto de software
Não disparam lembretes e alertas aos profissionais.
Sistema inoperante por minutos , horas e dias


O potencial do PEP para automatizar, padronizar, organizar, e oferecer inteligência para o Sistema de Saúde ainda não é completamente compreendido pelo mercado, mesmo por que funções mais básicas de automatização do registro do atendimento ainda não estão resolvidas. A má compreensão do potencial prontuário eletrônico se agrava ainda mais quando se trata da compreensão das dificuldades de implantação deste. A grande maioria das empresas tende a ver o PEP como uma aplicação (um programa) que coleta os dados de forma estruturada dentro da organização de saúde, e os disponibiliza a todos os usuários autorizados. Esta visão, amplamente aceita em um passado recente, tem se mostrado insuficiente para atender as necessidades do paciente.

A percepção do impacto do Prontuário Eletrônico do Paciente á saúde ainda não esta aguçada mas já existe a expectativa  dos  usuários do sistema de saúde, de se ter informações qualificadas sobre a sua saúde, ou sobre sua doença. O acesso fácil à segunda opinião e mesmo a possibilidade de uma consulta remota já estão presentes no imaginário do usuário esclarecido. Evidentemente, para que estas demandas venham a ser atendido o PEP deverá ter, necessariamente, uma característica multi-institucional.

O PEP, ou o Registro Eletrônico de Saúde, quando bem implementado é uma excelente ferramenta de organização da produção e registro dos serviços de saúde. Por definição, ao registrar o conjunto de dados relevantes do atendimento em saúde, ele atribui ao paciente e ao profissional de saúde que o atendeu, a informação necessária para resgatar os dados do atendimento para quaisquer fins: clínico, jurídico, administrativo, e de pesquisa, entre outros. Dessa forma, itens como os relatórios de produção e o fechamento da conta-paciente podem ser obtidos diretamente do PEP. Além disso, é um instrumento de coleta de dados no momento em que eles são obtidos, pode influenciar a produção dos serviços de saúde promovendo a automação, a padronização e o uso das melhores práticas (protocolos clínicos apoiados em evidências). Ao promover a padronização, o PEP promove redução de custos e aumento de qualidade, já que a padronização é um requisito que favorece o planejamento. Ao organizar a produção dos serviços de saúde, o Prontuário Eletrônico tende a reduzir fraudes. Como exemplo, podemos citar o caso clássico do paciente que "empresta" seu cartão de atendimento a um amigo ou parente, algumas vezes com a anuência do profissional de saúde. A existência do PEP tende a inibir tal procedimento, pois é difícil imaginar que qualquer paciente aceite ter em seu prontuário o registro da doença de outros, assim como dificilmente o profissional de saúde aceitaria tal atitude.


Vários autores (Dick, Steen e Detmer,1997: Murphy, Hankene Waters, 1999; e Anderson,1999) apontam riscos e obstáculos críticos no desenvolvimento e implantação do PEP:

  • Falta de entendimento das capacidades e benefícios do PEP
  • Padronização
  • Interface com os usuários
  • Segurança e confidencialidade
  • Falta de infraestrutura
  • Aceitação pelo usuário
  • Aspectos Legais
  • Conteúdo do PEP
  • Mudança de comportamento

Fatores de sucesso na implantação de um PEP são: cooperação, tornar disponíveis programas de tratamento (protocolos, guias de conduta, alertas, avisos), a educação da equipe e a implantação de normas e padrões O prontuário eletrônico do paciente na assistência, informação e conhecimento médico tecnológico e em relação aos dados. Todavia, o sucesso de um sistema depende mais das pessoas do que da tecnologia, conforme ressalta Reed Gardner, um pioneiro no desenvolvimento de sistemas de informação em saúde, responsável por um dos sistemas de maior sucesso na Informática Médica, o sistema HELP do Latter Day Saints Hospital em Salt Lake City (Utah, Estados Unidos).

O desafio ainda é grande, assim como a complexidade de um PEP. As informações para fins puramente gerenciais não representam, via de regra um desafio para a construção de um PEP está a dificuldade no registro, controle e recuperação das informações clínicas. A realização de um PEP não tem sido dificultada necessariamente pela tecnologia, mas é de natureza organizacional ou relacionada à forma de trabalho tradicional dos profissionais de atenção direta. Sistemas integrados pressupõem não somente serviços e organizações integradas, mas principalmente, profissionais integrados. 

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