MAPA DA
INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL
Este
trabalho de Mapeamento é o primeiro de uma série de estudos sobre inclusão
digital fruto da parceria entre o Centro de Políticas Sociais da Fundação
Getúlio Vargas e a Fundação Telefônica no sentido de mapear as diversas formas
de acesso à tecnologia digital, sua qualidade, seu uso e seus retornos
proporcionando uma perspectiva de atuação integrada com outras ações que visam
elevar o nível de bem-estar social de maneira sustentável.
Nesta
primeira etapa foram respondidas a diversa perguntas: Como evolui o binômio inclusão/exclusão
digital no Brasil? Sai de 8% de pessoas em domicílios com internet para 33% em
9 anos, o que coloca o país na exata média mundial, sendo o 63º lugar entre os
154 países mapeados pela FGV.
O Brasil tem
um mundo dentro de si desde São Caetano (SP), o maior índice do país de acesso
à internet em casa (74%), similar ao do Japão, até Aroeiras (PI), com acesso nulo.
Fazendo um zoom no município do Rio de Janeiro, apelidada de cidade partida, o maior
acesso está na Praia da Barra da Tijuca, com 94% de pessoas conectadas em suas casas,
índice similar ao da Suécia e Islândia, líderes mundiais de domicílios
conectados. Já Rio das Pedras, a favela vizinha, possui o menor percentual da
cidade (21%), parecido com o do Panamá mas bem diferente do zero virtual de
Aroeiras. O estudo compara pessoas com o mesmo sexo, idade, etc, morando no
mesmo país, e mostra que no campo a probabilidade de acesso é ¼ daquelas
morando numa cidade grande, pela maior facilidadede oferta de serviços.
Os cinco
primeiros do ranking mundial são países nórdicos, os mesmos que lideram o
ranking de felicidade reportada pelas próprias pessoas. Não que um cause o outro,
necessariamente, mas ambos fazem parte da mesma cena. Como medir a conectividade?
As bases globais e locais supracitadas são interessantes por usar a mesma
métrica, mas identificam apenas o acesso das pessoas a computador, conectado ou
não à internet, em suas casas. No âmbito das políticas públicas, é preciso
monitorar o efetivo uso da internet e seus respectivos locais, podendo haver
mais de um local entre os incluídos: casa (57% de acesso); lan houses (35%);
trabalho (31%); casa de amigos (20%); escola (18%); locais públicos gratuitos
(5,5%). No que toca à qualidade de acesso domiciliar, 80,7% foi feito por banda
larga e o grosso restante por acesso discado.
Quais são as
razões dos sem rede? Elas diferem de lugar para lugar, revelando importância de
políticas ajustadas às realidades locais. Na capital mais incluída, Florianópolis,
líder da quantidade e qualidade de acessos, (i.e. banda larga) vigora a falta
de interesse, sendo 62% dos motivos da minoria excluída. Paradoxalmente,
Florianópolis é aonde há mais acesso gratuito e onde menos se precisa de
subsídios, pois é a capital mais classe A e o segundo município do Brasil na
elite econômica.
Se a
carteira de trabalho é o símbolo da classe C, por nós apelidados de nova classe
média, o acesso em casa a internet por banda larga é o símbolo da classe AB. Na
classe C a conectividade equivale aos 33% nacionais e na classe AB tem os
mesmos níveis de São Caetano. O acesso à internet pode ser visto como item de
consumo e lazer, mas acima de tudo propicia o acesso a serviços públicos, educação,
trabalho e a própria busca de trabalho. Ou seja, quem tem internet tem mais
chance de continuar na classe AB, daí a importância de políticas públicas que
combata a brecha de oportunidades digitais.
A distante
Rio Branco é a capital do motivo falta de estrutura (42%). Já a hospitaleira
João Pessoa é onde as pessoas não acessam mais por falta de conhecimento (47%).
Talvez por isso, lá é aonde as pessoas acessam mais a internet pela casa de
parentes e amigos. Olhando a média nacional, o principal motivo da ℮-xclusão é a
falta de interesse (33%) e o segundo a incapacidade de usar a internet(31%),
ambos decorrentes dos problemas educacionais vigentes. Não basta que computadores
caiam de paraquedas na vida das pessoas. Se navegar na rede é preciso, educar
também é preciso!
O relatório
completo pode ser encontrado no site: http://www.cps.fgv.br/cps/telefonica/
Bibliografia:
Relatório: Mapa da Inclusão Digital- Diversos autores / acessada em: http://www.cps.fgv.br/cps/telefonica/ ás 10h do dia 06 de março de 2013.
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