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quinta-feira, 7 de março de 2013

Exclusão Digital e Política de Inclusão


MAPA DA INCLUSÃO DIGITAL NO BRASIL


    Este trabalho de Mapeamento é o primeiro de uma série de estudos sobre inclusão digital fruto da parceria entre o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas e a Fundação Telefônica no sentido de mapear as diversas formas de acesso à tecnologia digital, sua qualidade, seu uso e seus retornos proporcionando uma perspectiva de atuação integrada com outras ações que visam elevar o nível de bem-estar social de maneira sustentável.

    Nesta primeira etapa foram respondidas a diversa perguntas: Como evolui o binômio inclusão/exclusão digital no Brasil? Sai de 8% de pessoas em domicílios com internet para 33% em 9 anos, o que coloca o país na exata média mundial, sendo o 63º lugar entre os 154 países mapeados pela FGV.

    O Brasil tem um mundo dentro de si desde São Caetano (SP), o maior índice do país de acesso à internet em casa (74%), similar ao do Japão, até Aroeiras (PI), com acesso nulo. Fazendo um zoom no município do Rio de Janeiro, apelidada de cidade partida, o maior acesso está na Praia da Barra da Tijuca, com 94% de pessoas conectadas em suas casas, índice similar ao da Suécia e Islândia, líderes mundiais de domicílios conectados. Já Rio das Pedras, a favela vizinha, possui o menor percentual da cidade (21%), parecido com o do Panamá mas bem diferente do zero virtual de Aroeiras. O estudo compara pessoas com o mesmo sexo, idade, etc, morando no mesmo país, e mostra que no campo a probabilidade de acesso é ¼ daquelas morando numa cidade grande, pela maior facilidadede oferta de serviços.

    Os cinco primeiros do ranking mundial são países nórdicos, os mesmos que lideram o ranking de felicidade reportada pelas próprias pessoas. Não que um cause o outro, necessariamente, mas ambos fazem parte da mesma cena. Como medir a conectividade? As bases globais e locais supracitadas são interessantes por usar a mesma métrica, mas identificam apenas o acesso das pessoas a computador, conectado ou não à internet, em suas casas. No âmbito das políticas públicas, é preciso monitorar o efetivo uso da internet e seus respectivos locais, podendo haver mais de um local entre os incluídos: casa (57% de acesso); lan houses (35%); trabalho (31%); casa de amigos (20%); escola (18%); locais públicos gratuitos (5,5%). No que toca à qualidade de acesso domiciliar, 80,7% foi feito por banda larga e o grosso restante por acesso discado.

    Quais são as razões dos sem rede? Elas diferem de lugar para lugar, revelando importância de políticas ajustadas às realidades locais. Na capital mais incluída, Florianópolis, líder da quantidade e qualidade de acessos, (i.e. banda larga) vigora a falta de interesse, sendo 62% dos motivos da minoria excluída. Paradoxalmente, Florianópolis é aonde há mais acesso gratuito e onde menos se precisa de subsídios, pois é a capital mais classe A e o segundo município do Brasil na elite econômica.

     Se a carteira de trabalho é o símbolo da classe C, por nós apelidados de nova classe média, o acesso em casa a internet por banda larga é o símbolo da classe AB. Na classe C a conectividade equivale aos 33% nacionais e na classe AB tem os mesmos níveis de São Caetano. O acesso à internet pode ser visto como item de consumo e lazer, mas acima de tudo propicia o acesso a serviços públicos, educação, trabalho e a própria busca de trabalho. Ou seja, quem tem internet tem mais chance de continuar na classe AB, daí a importância de políticas públicas que combata a brecha de oportunidades digitais.

     A distante Rio Branco é a capital do motivo falta de estrutura (42%). Já a hospitaleira João Pessoa é onde as pessoas não acessam mais por falta de conhecimento (47%). Talvez por isso, lá é aonde as pessoas acessam mais a internet pela casa de parentes e amigos. Olhando a média nacional, o principal motivo da ℮-xclusão é a falta de interesse (33%) e o segundo a incapacidade de usar a internet(31%), ambos decorrentes dos problemas educacionais vigentes. Não basta que computadores caiam de paraquedas na vida das pessoas. Se navegar na rede é preciso, educar também é preciso!

    O relatório completo pode ser encontrado no site: http://www.cps.fgv.br/cps/telefonica/


Bibliografia: 

Relatório: Mapa da Inclusão Digital- Diversos autores / acessada em: http://www.cps.fgv.br/cps/telefonica/ ás 10h do dia 06 de março de 2013.

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