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quarta-feira, 6 de março de 2013

Exclusão Digital e Política de Inclusão - O Papel das ONG's na Inclusão Digital

As ONGs têm se destacado no projeto de Inclusão Digital e suas atitudes exemplares têm mostrado o que é possível de se fazer com força de vontade, apoio e subsídio. Muitos projetos têm se desenvolvido ao longo do território nacional, muitas ONGs tem se empenhado nesse trabalho. Conheça um pouco do trabalho desenvolvido por algumas das milhares de ONG's atuante no país.

CDI
Uma das mais conhecidas – e pioneira no gênero – é o Comitê para Democratização da Informática (CDI) que, em 1995, no Rio de Janeiro, iniciou a tarefa de levar computadores reciclados e conhecimento de TICs a populações excluídas. O inspirador desse movimento foi Rodrigo Baggio, empresário e professor de informática.
A função de Baggio consistia em levar, por meio da informática, programas educacionais e profissionalizantes às comunidades menos favorecidas. “Se hoje há consenso a respeito do que é inclusão digital, também está crescendo a consciência de que o desenvolvimento (socioeconômico e político) no século XXI passa pelo domínio das TICs”, diz Baggio, lembrando que esse domínio depende da ação de diversos atores. O CDI está presente em 19 estados brasileiros, em países da América Latina e do Caribe, e seu criador foi premiado internacionalmente. Em sete anos de existência, o Comitê conta com uma rede de 403 EICs em todo o país, além de 33 no exterior. Ao todo, já capacitou 200 mil crianças, jovens e adultos em Informática e Cidadania.


ONG Viva Rio
No Rio de Janeiro, a ONG Viva Rio desenvolve vários projetos ligados á inclusão social. Projetos como o “Estação Futuro” tem como objetivo popularizar o uso da Internet através da instalação de pontos de acesso em comunidades carentes, com computadores ligados à rede mundial em conexão sem fio e de banda larga.
Os centros do Projeto se encontram nas comunidades de baixa renda da cidade, sendo espaços destinados ao desenvolvimento da economia local e do exercício da cidadania.
Nestes centros são oferecidos, entre outros, cursos de formação profissional, acesso à internet e geração de renda e de emprego. O acesso à Internet oferecido é de alta qualidade, de tecnologia avançada, por um baixo custo, o qual é usado pela ONG para manter os projetos.
Também são oferecidos cursos de Informática, os quais visam democratizar o uso do computador, dando a formação necessária para uma pessoa saber o básico para poder usufruir deste. O projeto conta com a parceria de grandes empresas como Instituto Unibanco, Castrol, Brasscon, Gestetner, Cisco.


ONG Sampa
Na grande capital do Estado de São Paulo, a ONG Sampa.org desenvolve um projeto de mesmo nome, o qual visa o desenvolvimento de uma rede de Telecentros comunitários, articulando desenvolvimento econômico, acesso a Internet, acesso a serviços públicos, acesso ao comércio eletrônico e geração de renda.
O projeto é pequeno comparado aos altos números da exclusão digital em São Paulo. No entanto, é bem articulado, e conta com a parceria da iniciativa privada (Microsoft, e Brisa), sindicatos (CUT - Projeto Integrar), organizações não governamentais (FES-ILDES, Alexandria e CDI) e instituições educacionais (USP - Escola do Futuro e Instituto Adventista de Ensino). Essas associações garantiram a criação dos 10 primeiros telecentros de São Paulo.
A ONG também atuou como consultor e formador na área de inclusão digital em outras cidades.
Um dos grandes destaques dos serviços dessa ONG é a articulação do trabalho, visto que uma vez iniciado o projeto, é a própria comunidade que administra e dá continuidade a ele, sempre com auxílio da ONG. “Se garantirmos nas ações de Inclusão Digital e na instalação de Telecentros a vinculação com o desenvolvimento comunitário e a ampliação do exercício da cidadania, o restante virá a reboque, como decorrência” (Rodrigo Assumpção, coordenador do projeto Sampa.org).


ICI (Instituto Curitiba de Informática) – Cidade de Curitiba
Essa organização social sem fins lucrativos é referência no desenvolvimento de soluções completas para a gestão governamental, principalmente quando o assunto se trata de inclusão digital. “Desde sua fundação, em 1998, é considerado um centro de excelência na integração de softwares, aliando determinação, competência e alta tecnologia” (Sítio do ICI).
O Instituto tem trabalhado em amplas áreas, não só no fator da inclusão digital, mas também em desenvolvimento e gerenciamento de software. Seu serviço, de alta qualidade, passou a ser requisitado por empresas privadas nos últimos anos; entretanto, todo o lucro advindo de sua atuação no setor privado é redirecionado ao investimento em pesquisas para o desenvolvimento de novos projetos e em ações de responsabilidade social, tendo o foco na manutenção da inclusão digital.
O Instituto conta com a parceria da Prefeitura de Curitiba. Sua atuação não é muito conhecida por causa de sua mesclagem com a prefeitura, sendo verdade esse fato, visto que todas as ações do instituto são feitas em parceria com a prefeitura.
Na cidade, em geral, são várias as ONGs que trabalham com inclusão digital oferecendo acesso á Internet e cursos para formação nessa área; entretanto como já foi dito, esse trabalho é feito de forma muito dispersa, as ONGs são pequenas e estão limitadas a um pequeno local, pois em Curitiba o trabalho feito pela parceria da prefeitura com o ICI já é satisfatório.
 

Influência da democratização do acesso às TIC's na formação da sociedade
Atualmente, muitas das 276 mil organizações não governamentais, fundações e associações sem-fins lucrativos em funcionamento no Brasil estão preocupadas com a questão dos excluídos, e um grande número delas tem foco na inclusão digital. Este trabalho realizado é fundamental para integrar as ações dos governos, das entidades paragovernamentais e das empresas às necessidades das comunidades. Com sua atuação na periferia das cidades, nos bairros mais pobres, lidando com o dia-a-dia da população carente, os profissionais das ONGs vivem a realidade e ajudam a encontrar soluções para os problemas, construindo um ambiente democrático onde a inclusão, em todas as suas formas – principalmente a digital – é a palavra-chave.
O acesso a internet nesses projetos ajudam na formação educacional das pessoas por cursos de formação profissional, acesso à internet e num outro aspecto, bem próximo, a geração de renda e de empregos. Sem sombra de dúvida, a web empregada de forma inteligente, em conjunto com práticas educacionais aperfeiçoadas, permite um grande salto na capacitação de cidadãos dos mais diferentes níveis.
Segundo Rodrigo Baggio “Se, um dia, levar a informática às comunidades de baixa renda chegou a ser considerada uma ação supérflua, artigo de luxo, aumenta hoje entre os brasileiros a compreensão de que é um meio para a promoção da melhoria da qualidade de vida, garantia de maior liberdade social, geração de conhecimento e troca de informações.”
Ao mesmo tempo, Rodrigo Baggio acha que ainda há muito por fazer no sentido de maior clareza para empresários, governantes e cidadãos de como as TICs podem contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

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