A obsolescência
programada ou planejada é a redução da vida útil do produto visando o aumento
da compra de produtos mais recentes, ou seja, em versões mais atualizadas. Essa
pratica estimula o consumismo, tendo em vista que o consumidor ao procurar o conserto
do produto se depara com o alto valor para consertá-lo, o que através da relação
custo benefício percebe-se que não vale a pena consertar, forçando assim o
consumidor a comprar um novo produto. Esse termo que se originou a partir do
processo de “descartalização”, criado na década de 1920, pelo presidente da GM
(General Motors) Alfred Sloan, onde este buscou atrair os consumidores através
da mudança anual de modelos e acessórios dos carros.
O intuito era de movimentar a economia com um
aumento na produção, pois o estoque de produtos se encontrava totalmente parado
nas fábricas e, principalmente, nos portos, devido à Grande Depressão Econômica
de 1929, fez travar o giro da economia. O documentário The Lightbulb Conspiracy
(A Conspiração da Lâmpada) dirigido por Cosima Dannoritzer nos fornece um
exemplo dessa pratica. Uma lâmpada foi desenvolvida para durar mais de 2500
horas, como foi observado que com isso o numero de vendas seria menor, os
fabricantes passaram a planejar meios para diminuir o tempo de vida útil dessa
lâmpada. Outros casos apresentados no documentário são o da impressora Hp e o
caso das primeiras linhas de “iPod” da Apple.
A impressora só imprime ate uma quantidade limitada de folhas após tal
quantidade a impressora não funciona mais e já no “iPod” a bateria tinha
programação de durar apenas dezoito meses. Sem que haja uma percepção o
consumidor é induzido ao consumismo exacerbado de produtos novos. O que faz com
que a economia se movimente e desenvolva ainda mais a tecnologia, atingindo
assim o objetivo dos “dominadores”.
Esse consumismo
exacerbado das pessoas, também presente no documentário, que mesmo com tanto
consumo não há felicidade. A cada dia que passa é produzido muito lixo
tecnológico e estes são difíceis de serem reciclados pela natureza. A maior
parte desse lixo tecnológico vem dos países desenvolvidos como os países
europeus e da América do norte, com o pressuposto de serem materiais de segunda
mão, estes jogam esse “lixo” que nada mais são do que materiais fora de funcionamento
nos países pobres, aumentando consideravelmente a quantidade de lixo nesses
países, destruindo ecossistemas e servindo de meio de subsistência para pessoas
em risco social, que vivem desses restos tecnológicos em busca de metais para
serem vendidos.
A obsolescência
planejada ocorre devido à falta de ética e moral das empresas e seu descaso com
a sobrevivência do meio ambiente que desde a primeira revolução industrial é
destruído para retirada de matéria prima para produção. Esse fato vem mudando,
as corporações vêm tomando decisões para proteger o meio ambiente, mas fica
evidente que só há essa proteção porque elas ainda pretendem explorar a
natureza e que também passamos por uma época em que é “modismo” proteger o meio
ambiente, ou seja, proteger o meio ambiente também promove a empresa de maneira
positiva diante a sociedade porque não deixa de ser uma propaganda da empresa.
Quem não gostaria de comprar um produto de uma empresa que se preocupa com o
mundo que o cliente vive? Mas se engana o consumidor que acredita, eles apenas
querem o seu dinheiro, querem enriquecer e explorar mais e mais.
Outro absurdo é que os
países de terceiro mundo aceitam ser o “aterro tecnológico”, ou seja, eles
aceitam o lixo tecnológico dos países desenvolvidos que muitas das vezes acabam
apenas por entulhar o país, degradando o ecossistema deste. O problema não é o
avanço tecnológico, nem o consumismo, porque vivemos na época do capitalismo e
comprar é um mal necessário para nos adaptarmos, o problema é a falta de ética
das empresas que nos faz comprar exacerbadamente devido a grande obsessão por
mais e mais lucros sem saber que no futuro, esses lucros não irão ajudar a
reverter os problemas ecológicos. Se em cada compra houvesse uma reversão para
cuidar o que foi destruído muitos problemas futuros seriam evitados.
É proposto em Cosima
que para que a sociedade faça melhoras ecológicas, seja feito um decrescimento,
ou seja, redução de nossas próprias existências. Cita a forma de a natureza
tratar seus “restos” que na verdade estes servem de sustento para outros
organismos, ou seja, como dizia Lavoisier “Na natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma”.
Referências :
http://envolverde.com.br/economia/na-contramao-das-atitudes-sustentaveis-a-obsolescencia-programada/
DANNORITZER, Cosima,
2011. Documentário: “The Light Bulb Conspiracy”
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