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quarta-feira, 13 de março de 2013

Conflito homem,maquina, economia - A Obsolescencia Programada


A obsolescência programada ou planejada é a redução da vida útil do produto visando o aumento da compra de produtos mais recentes, ou seja, em versões mais atualizadas. Essa pratica estimula o consumismo, tendo em vista que o consumidor ao procurar o conserto do produto se depara com o alto valor para consertá-lo, o que através da relação custo benefício percebe-se que não vale a pena consertar, forçando assim o consumidor a comprar um novo produto. Esse termo que se originou a partir do processo de “descartalização”, criado na década de 1920, pelo presidente da GM (General Motors) Alfred Sloan, onde este buscou atrair os consumidores através da mudança anual de modelos e acessórios dos carros.

 O intuito era de movimentar a economia com um aumento na produção, pois o estoque de produtos se encontrava totalmente parado nas fábricas e, principalmente, nos portos, devido à Grande Depressão Econômica de 1929, fez travar o giro da economia. O documentário The Lightbulb Conspiracy (A Conspiração da Lâmpada) dirigido por Cosima Dannoritzer nos fornece um exemplo dessa pratica. Uma lâmpada foi desenvolvida para durar mais de 2500 horas, como foi observado que com isso o numero de vendas seria menor, os fabricantes passaram a planejar meios para diminuir o tempo de vida útil dessa lâmpada. Outros casos apresentados no documentário são o da impressora Hp e o caso das primeiras linhas de “iPod”  da Apple. A impressora só imprime ate uma quantidade limitada de folhas após tal quantidade a impressora não funciona mais e já no “iPod” a bateria tinha programação de durar apenas dezoito meses. Sem que haja uma percepção o consumidor é induzido ao consumismo exacerbado de produtos novos. O que faz com que a economia se movimente e desenvolva ainda mais a tecnologia, atingindo assim o objetivo dos “dominadores”.

Esse consumismo exacerbado das pessoas, também presente no documentário, que mesmo com tanto consumo não há felicidade. A cada dia que passa é produzido muito lixo tecnológico e estes são difíceis de serem reciclados pela natureza. A maior parte desse lixo tecnológico vem dos países desenvolvidos como os países europeus e da América do norte, com o pressuposto de serem materiais de segunda mão, estes jogam esse “lixo” que nada mais são do que materiais fora de funcionamento nos países pobres, aumentando consideravelmente a quantidade de lixo nesses países, destruindo ecossistemas e servindo de meio de subsistência para pessoas em risco social, que vivem desses restos tecnológicos em busca de metais para serem vendidos.

A obsolescência planejada ocorre devido à falta de ética e moral das empresas e seu descaso com a sobrevivência do meio ambiente que desde a primeira revolução industrial é destruído para retirada de matéria prima para produção. Esse fato vem mudando, as corporações vêm tomando decisões para proteger o meio ambiente, mas fica evidente que só há essa proteção porque elas ainda pretendem explorar a natureza e que também passamos por uma época em que é “modismo” proteger o meio ambiente, ou seja, proteger o meio ambiente também promove a empresa de maneira positiva diante a sociedade porque não deixa de ser uma propaganda da empresa. Quem não gostaria de comprar um produto de uma empresa que se preocupa com o mundo que o cliente vive? Mas se engana o consumidor que acredita, eles apenas querem o seu dinheiro, querem enriquecer e explorar mais e mais.

Outro absurdo é que os países de terceiro mundo aceitam ser o “aterro tecnológico”, ou seja, eles aceitam o lixo tecnológico dos países desenvolvidos que muitas das vezes acabam apenas por entulhar o país, degradando o ecossistema deste. O problema não é o avanço tecnológico, nem o consumismo, porque vivemos na época do capitalismo e comprar é um mal necessário para nos adaptarmos, o problema é a falta de ética das empresas que nos faz comprar exacerbadamente devido a grande obsessão por mais e mais lucros sem saber que no futuro, esses lucros não irão ajudar a reverter os problemas ecológicos. Se em cada compra houvesse uma reversão para cuidar o que foi destruído muitos problemas futuros seriam evitados.

É proposto em Cosima que para que a sociedade faça melhoras ecológicas, seja feito um decrescimento, ou seja, redução de nossas próprias existências. Cita a forma de a natureza tratar seus “restos” que na verdade estes servem de sustento para outros organismos, ou seja, como dizia Lavoisier “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

Referências :




DANNORITZER, Cosima, 2011. Documentário: “The Light Bulb Conspiracy”
 
   

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