Pesquisa

terça-feira, 19 de março de 2013

Homem X Máquina


Os avanços da tecnologia mudaram profundamente os hábitos da sociedade e as relações de trabalho. Os trabalhadores, quando não excluídos desse processo, precisam estar sempre se reciclando para conseguir acompanhar o ritmo do mercado que, cada vez mais, aumenta sua exigência.
“A presença do computador, da internet, de robôs no ambiente de trabalho exigem que o trabalhador esteja em sintonia com as novas tecnologias. Há, portanto, uma exigência constante por qualificação profissional e, em alguns segmentos, uma mudança bastante radical do perfil do trabalhador”, analisa a professora de Sociologia da Universidade Metodista de São Paulo Luci Praun.
As tecnologias de informação e o aumento da importância do processo eletrônico trouxeram mudanças nas relações de trabalho. O número de trabalhadores com atividades operacionais diminuiu devido à robotização. Em contrapartida, surgiram vagas destinadas a profissionais responsáveis pela coordenação da produção e pelo gerenciamento.
    Nesse processo de mudança, as grandes revoluções sempre estiveram presentes. As transformações começaram com a Primeira Revolução Industrial (séc. XVIII), em que a introdução do vapor, usado como fonte de energia, deu início à modernização da produção e do desenvolvimento do sistema de transportes. A Segunda Revolução Industrial (a partir de 1860 até o início da Primeira Guerra Mundial) trouxe mudanças no processo da industrialização, já que a eletricidade permitiu o desenvolvimento de produções em série. Alguns estudiosos afirmam que estamos vivendo uma Terceira Revolução Industrial, devido ao surgimento das tecnologias de informação e a substituição da eletromecânica pela eletrônica.
O sociólogo Luiz Roberto Alves, professor da Universidade Metodista de São Paulo, acredita que uma das conseqüências das revoluções seria o aumento do tempo livre. “Anunciou-se que o advento das tecnologias facilitaria o trabalho, aumentaria a eficácia das ações, provocaria mais saúde ambiental e criaria espaços de tempo livre. No entanto, sua implementação não obedeceu ao tempo humano da mudança, não respeitou a cultura diversificada dos trabalhadores, não considerou a subjetividade e os valores da relação entre o ser humano e sua extensão físico-social, em que se coloca o trabalho”, acredita Alves.
        Há uma grande dificuldade no processo de adaptação da substituição do homem pela máquina, o que traz alterações no estilo de vida do trabalhador, que precisa se preparar e se reciclar para acompanhar o desenvolvimento do mercado de trabalho. “Para muitos profissionais, é ultrapassada a idéia de que possuir um curso de graduação é o suficiente para sua formação acadêmica. A necessidade de ter uma especialização tornou-se um fator decisório e eliminatório”, afirma Gláucia da Costa Santos, consultora de recursos humanos da Catho (site de busca de empregos).

Nenhum comentário:

Postar um comentário