Tudo começou em 1993, quando foi criada uma interface gráfica para o uso na internet, chamada NCSA Mosaic. No ano seguinte, surgi a fundação Netscape e de seu primeiro browser, o que possibilitou que um número maior de usuários utilizasse a rede.
Por volta de 1999 começou, de fato, a
migração das empresas para o âmbito virtual. Na época, as pessoas acreditavam
que o fato de uma empresa ter um website, além de significar status e criar uma
imagem mais moderna da mesma, era um passo revolucionário para o novo milênio.
Assim, empresas, ONGs e outros tipos de organizações passaram a ter seus
próprios espaços na grande rede. Os recursos que eram destinados a outros
setores foram redirecionados para o desenvolvimento de softwares, ferramentas e
web sites na internet. A questão do e-comerce trazia a imagem de um futuro de
lucros absurdos. Um dos maiores símbolos desta febre foi a criação da Nasdaq,
uma nova bolsa de valores voltada exclusivamente para a área de tecnologia. Com
tudo isso, os preços das ações das empresas “pontocom” explodiram
positivamente.
Segundo dados de Jay Ritter, foram 421
ofertas de empresas de internet entre 16/02/1990 e 10/03/2000, sendo 323 entre
1999 e 10/03/2000. Em 1999 e no primeiro trimestre de 2000, 163 ações dobraram
de preço no primeiro dia de negociações; para quem gosta de IPO, esse número
mostra que as ofertas no Brasil são bem pouco lucrativas no primeiro dia
comparado com as ofertas americanas (após 2000, ainda três ofertas dobraram de
preço no primeiro dia nos Estados Unidos); para quem não gosta (a turma da
“bolha das IPOs brasileiras”) perceba que a valorização no primeiro dia é bem
tímida no Brasil. As médias das valorizações no primeiro dia nas ofertas feitas
nos Estados Unidos de empresas de tecnologia em 2000 e 2001 foram 57% e 45,6%
(ponderado por valor de emissão).
Essas empresas tiveram tantos investimentos
que começaram a valer mais do que elas poderiam produzir e isso causou uma
crise catastrófica no ano 2000. Os investidores não conseguiram suportar e
começaram a perceber a deficiência que suas empresas estavam tendo (como o fato
de suas ações valerem mais do que poderiam produzir) e a "bolha"
econômica que tinha sido criado em volta delas. Com isso, eles começaram a retirar
os seus investimentos e aplicar em outras áreas da economia, de tal forma que
em meses a maior parte das empresas decretou estado de.
Há males que vem para o bem. Algumas
empresas, vendo os riscos que corriam, começaram a criar um estilo próprio de
gerência e, com o estouro da bolha, embora tenham sido bastante afetadas, não
decretaram falência e cresceram, sendo destaques até hoje, como, por exemplo,
Google, Yahoo e, aqui no Brasil, Terra. A forma como essas empresas eram
gerenciadas fez tanto sucesso que, hoje, os seus métodos são utilizados por
muitas empresas, mesmo que não sejam da área de TI (Tecnologia da Informação). Mesmo
com esses casos de grande sucesso, o estouro bolha fez com que a economia mundial
visse com maus olhos as empresas pontocom até metade da década.
What a twist!
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