Pesquisa

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Parques tecnologicos do Brasil


Segundo Annerstedt e Haselmayer (2004) os parques tecnológicos são classificados em três gerações: primeira, segunda e terceira geração.
A primeira geração se iniciou na década de 60, e sua fonte de inspiração foi nos modelos das universidades americanas e em especial a Universidade de Stanford. A primeira geração é uma extensão da universidade, e possui incubadora de empresas para startups, serviços para empresas e interação com tecnologias baseadas em pesquisa. Utiliza a filosofia science push. Estes parques são deliberadamente separados do contexto urbano e localizados em uma zona projetada especificamente para este fim.
Na segunda geração os parques ainda continuam como extensão das universidades (ou institutos), entretanto a energia decisiva vem dos negócios, interessados na criação e crescimento de empresas que são embasadas na inovação. Estes parques são market pull, ou seja, não estão muito preocupados com a exploração inicial de resultados científicos, mas sim com os estágios finais do processo de inovação.
E na terceira geração é uma instituição gerida por profissionais especialistas em apoio à inovação que tem como objetivo de ampliar a riqueza da comunidade na qual o parque está instalado através da promoção, de diversas formas, da interação governo-indústria-ciência como cita Leydesdorff; Etzkowitz, 1996. Este tipo de parque oferece um conjunto mais completo de serviços relacionados à inovação. Uma diferença chave desta geração de parque é a sua natureza urbana, a qual integra o parque a uma ampla faixa de atividades socioeconômicas e culturais. A filosofia deste parque de terceira geração é inovação interativa orientada para o cluster. É ao mesmo tempo science push e market pull que são filosofias da primeira e segunda geração respectivamente.
No Brasil o tema parques tecnológicos começou a ser tratada a partir da criação de um programa do CNPq, em 1984, para apoiar este tipo de iniciativa A falta de uma cultura voltada para a inovação e o baixo número de empreendimentos inovadores existentes na época que fizeram com que os primeiros projetos de parques tecnológicos acabassem dado origem ás primeiras incubadores de empresas no Brasil.
Pesquisas feitas pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (APROTEC) atualmente o Brasil possui 74 parques tecnológicos espalhados por suas regiões (dentre estes 25 estão em operação, 17 em implantação e 32 na fase de projeto). Contudo há uma maior concentração destes na região Sudeste e Sul. Os parques em operação abrigam cerca de 500 empresas, o que gerou em 2010 uma receita de R$ 1,68 bilhão. Os volumes de exportação e de geração de impostos são  em R$ 116 milhões e R$ 119 milhões, respectivamente. Há um equilíbrio entre os recursos públicos e privados aplicados em empreendimentos dos parques tecnológicos, 46% do dinheiro investido vem da inciativa privada e o restante dos  governos ( estadual, federal e municipal).
Um conjunto associado de fatores provocou um  auto crescimento do numero de projeto de parques tecnológicos no pais.  Dentre eles, provocar uma mente governamental voltada para investimentos no desenvolvimento sustentável e verde e consequentemente o crescimento econômico do país. Como consequência desse pensamento governamental e aumento dos investimentos chamou a atenção de muitas empresas, tanto nacionais quanto multinacionais para atuar nesse novo cenário e fortalecer suas unidades P &D. Vale ressaltar que era de grande importância atentar o governo para aumentar os investimentos dessa área e as experiências  bem sucedidas de países como Espanha , França , EUA, Coréia , entre outros que mostraram que o investimento consciente, constante  e equilibrado provocam melhorias sociais , econômicas e éticas.      

No Brasil, o mais antigo parque tecnológico é o da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB) em Campina Grande. Fundado em 1984, sua especialidade é Ciência, Tecnologia e Informação (CT&I). Atualmente o maior parque tecnológico do pais fica em Recife , onde há a concentração de empresas de software e telemarketing que tem crescido tanto que a cidade já começa a ser chamada de "Índia brasileira", em alusão ao país asiático que se destaca nos dois setores. As empresas dos setores se reúnem no Porto Digital, polo no Recife cuja produção lhe rendeu o título de maior parque tecnológico do Brasil. A UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) faz parte do crescimento desse parque tecnológico tendo em vista que muitos professores possuem empresas nesse parque e que contratam alunos para trabalhar / estagiar e 20 a 30 % do lucro final obtido na empresa é revestido em investimento para universidade, seja na estrutura ou nos projetos de iniciação cientifica. Para facilitar a relação entre empresas e o Centro de Informática (CIn) da UFPE foi criada em 2003 a Coordenação de Cooperação e Empreendedorismo. O objetivo é viabilizar parcerias entre o CIn e a iniciativa privada, através de convênios para o desenvolvimento de pesquisas na área de Tecnologia da Informação (TI).   Com essas parcerias, o CIn incentiva a mudança na cultura da relação Universidade X Empresas, além de aumentar a motivação dos alunos devido à interação com o a vida profissional. Essa relação possibilita também identificar novas linhas de pesquisa em função da necessidade do mercado de trabalho.   Vários modelos de cooperação já foram desenvolvidos no CIn, tais como: Programa de Residência em Software, parcerias com empresas e instituições, bolsas para mestrado e doutorado, empreendedorismo, consultorias e fundos de cooperação, através da Lei de Informática. Atualmente, os projetos que estão em consonância com a lei no centro são: Motorola, Samsung, Itautec,  Elcoma, Megaware,  Engetron, Celéstica e HP.
O incentivo ao empreendedorismo no CIn se dá por meio do Recife BEAT - Base para Empreendimentos de Alta Tecnologia, a pré-incubadora de empresas de tecnologia. Criado em 1997 com o objetivo de estimular nos alunos o espírito empreendedor, o BEAT atua através do Atelier de Projetos, uma metodologia desenvolvida para  promover a integração de jovens empreendedores com colegas experientes do Centro de Informática (CIn), a inventarem  modelos de negócios sustentáveis e com alto potencial de crescimento. O principal objetivo do programa é fazer com que os alunos do CIn pensem na criação de novas empresas de informática, sempre baseadas em idéias inovadoras através dos projetos desenvolvidos nas disciplinas da graduação.  
Em Sergipe temos o parque tecnológico chamado SERGIPETEC o qual tem presente organizações estatais bem como com empresas privadas, divididas por tarefas mas com fins semelhantes , desenvolver tecnologia voltada para uso do governo, esse parque também é responsável por fazer uma ponte entre universidades , cursos técnicos e o próprio parque. A relação é de ganho mutuo, pois tanto as universidades, faculdades e cursos tecnólogos ganham por poder proporcionar conhecimento pratico e especifico aos estudantes e lucra também o parque tecnológico pois ganha a melhor mão de obra aprendiz selecionada dentre as melhores instituições de ensino do estado.

CURIOSIDADE
Brasil terá 1º parque tecnológico para pesquisas da construção civil o parque tecnológico vai abranger uma área de 20 mil m², dentro do campus da UnB (Universidade de Brasília) na cidade satélite do Gama, e as obras começam em 2012. O investimento inicial será de R$ 25 milhões. A ideia é que as pesquisas desenvolvidas no Pisac orientem a indústria para construções com materiais pouco poluentes, custo reduzido de água e energia e com geração de menos carbono na atmosfera. O projeto, que estará atrelado ao Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade (Lacis) da UnB, prevê também a necessidade de identificar fragilidades e gargalos na cadeia produtiva, além de prospectar novos métodos de engenharia e tecnologia para a construção civil.

ALGUMAS FONTES: 

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