Pesquisa

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Parque Tecnológicos no Brasil

A tecnologia, área em que até pouco tempo atrás os brasileiros nada tinham a oferecer, começa a despontar. Parte do atraso brasileiro na área de TI se deve, justamente, ao fato de as empresas estrangeiras, tradicionalmente na dianteira das pesquisas, terem custado a aportar no país. O que as espantava era a Lei de Informática da década de 70. Ela proibia as multinacionais de fabricar computadores no Brasil, restrição que foi derrubada apenas depois de vinte anos, em 1992. A isso, soma-se a demora brasileira em formar mão-de-obra especializada. A primeira faculdade de ciência da computação no país apareceu em 1968, em Campinas, e vivia às moscas, tal era o marasmo do setor.

No entanto, os avanços recentes são notáveis – fenômeno que uma nova pesquisa ajuda a dimensionar. Segundo o levantamento, nos últimos dez anos surgiu no país um eficiente conjunto de pólos de tecnologia da informação (TI), um dos setores vitais da economia contemporânea. Eles estão unidos pelo mesmo critério de excelência: todos têm a apresentar uma ou mais invenções de natureza diferente, pelas quais sobressaem fora do país. Hoje muitas empresas brasileiras são referência em tecnologia.

Referência em inovação tecnológica no mundo todo e sede de empresas como Google, Facebook, Intel, IBM e Apple, o Vale do Silício, na Califórnia (EUA), tem inspirado o modelo dos parques tecnológicos brasileiros.

Alguns deles, como o Porto Digital, no Recife (PE), o Parque Tecnológico do Rio, no Rio de Janeiro (RJ), o Tecnopuc, em Porto Alegre (RS), o Sapiens Parque, em Florianópolis (SC), e o Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP) já disputam o título de “Vale do Silício brasileiro”.

A entrada das grandes empresas nos parques tecnológicos, normalmente, é facilitada, pois elas são uma espécie de chamariz para a região. Já as de micro e pequeno portes têm de percorrer outros caminhos. A forma mais comum é o ingresso por meio das incubadoras ou aceleradoras de negócios. Ao término do período de incubação ou aceleração, a permanência da empresa dentro do parque é mais fácil.

As universidades administradoras podem fazer concursos entre os alunos e premiar a melhor ideia de negócio com o direito se instalar no parque. Aqueles que são administrados por órgãos públicos, o pedido de entrada também pode ser feito na prefeitura.

Segundo a presidente da Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), Francilene Garcia, é vantajoso para uma empresa nascente de inovação estar inserida nesse contexto. “É um ambiente onde há uma confluência de empresas, investidores, órgãos governamentais e instituições de ciência e tecnologia, trazendo visibilidade à empresa que nele se desenvolve”, afirma a presidente da Anprotec.

Na opinião do professor de redes de computadores da Fiap (Faculdade de Informática e Administração Paulista) Almir Meira Alves, iniciativas como o Tecnopuc e o Porto Digital são importantes, mas ainda não têm o mesmo tamanho e nível de investimentos como na Califórnia.

Segundo Alves, no Vale do Silício, as empresas e o governo aplicam quantidades enormes de dinheiro. Além disso, os universitários são incentivados desde o primeiro ano do curso a criarem seus negócios, cenários que ainda não acontecem no Brasil.

“Falta essa cultura empreendedora para nós. O sonho da maioria dos universitários brasileiros é trabalhar em uma grande empresa e não formar uma”, afirma.

Especialistas defendem incentivos à pesquisa e produtos inovadores como caminho para crescimento econômico. Sem fórmulas mágicas, o incentivo à inovação aliado ao empreendedorismo tem se confirmado como a galinha dos ovos de ouro na produção de riquezas regionais. A partir da criação de parques tecnológicos, a ilha de Florianópolis, em Santa Catarina, alavancou a base de arrecadação do PIB (Produto Interno Bruto) atualmente formada por 45% de receitas provenientes de empresas da tecnologia da informação (TI). De quebra, foi considerada uma das cidades mais dinâmicas do mundo pela revista Newsweek, em 2006. Em menos de 20 anos de investimentos, o estado agora figura entre os principais pontos de negócios do mundo e foi apelidado como o Vale do Silício da América do Sul.

Mesmo saltando aos olhos, os resultados descritos ainda não conseguiram contagiar todos os rincões do País. No Brasil, apenas 74 iniciativas estão em andamento. Destas, apenas 25 estão em plena operação com 520 empresas faturando R$ 1,7 bilhão por ano. São Paulo concentra dez parques tecnológicos. No mesmo caminho, Pará, Ceará, Paraíba, Bahia e Pernambuco também estão com seus parques instalados.

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