Pesquisa

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Bolha de Nasdaq, otimismo demais e pouca estratégia de mercado.



O termo Bolha Econômica  se refere à crise econômica e financeira no século 17 (Mercado de Tulipas na Holanda). O nome Bolha dos Mares do Sul é uma nomenclatura dada às próprias empresas, cujas ações inflavam. Também chamada de Bolha Especulativa, Bolha de Mercado, Bolha de Preços ou Bolha Financeira. Este processo pode perdurar por meses ou anos, ao passo que um ativo pode ser supervalorizado devido a especulações de mercado momentâneas.

Em outras palavras, quando uma ação é supervalorizada e passa a custar muito mais do que o valor real dela, diz-se que ela está inflando como uma bolha e esse processo não tem duração exata. Mas uma coisa é certa, em algum momento o preço irá cair pois constantemente o mercado sofre variação de preços, mas a depender da intensidade dessa queda, diz-se que houve um estouro da bolha quando existe uma queda muito grande nessas ações que sofreram especulação muito alta trazendo vários prejuízos aos investidores e até crise econômica geral no mercado.

Foi o que aconteceu na entrada do século XXI, onde ocorreu um momento de força na Internet. O bug do milênio não gerou prejuízos e grandes empresas da era virtual que nasceram de pequenas ideias como MSN-Hotmail, Google, Yahoo e Amazon contabilizaram lucros antes impensáveis. Ao mesmo tempo, teve início o tempo das grandes fusões de empresas, como a reunião dos grupos America On Line (AOL) e Time-Warner. A chamada "Bolha da Internet" estava inflando e não demoraria muito a estourar.

Empresas, serviços, políticos, ONGs e tantos outros puseram-se no universo virtual, transformando-se em um espelho da vida comum. O dinheiro de outros setores começava a ser canalizado para sites, produtos e serviços da rede. O e-commerce surgia como um novo canal de vendas. A Internet prometia um futuro rico, infinito e cheio de possibilidades. As ações das empresas pontocom e de alta tecnologia subiram vertiginosamente. Foi criada uma nova bolsa de valores especialmente para o ramo: a Nasdaq. Em maio de 2001, a "Bolha da Internet", ou seja, o fenômeno de supervalorização das empresas pontocom e de suas ações estourou. Foi o fim de centenas de pequenas empresas virtuais que davam seus primeiros passos. No entanto, empresas sólidas saíram praticamente ilesas. Viu-se que o mercado de Internet gera lucros e que, apesar de extenso, tem limites.

Apesar do abalo, a rede mundial segue influindo na economia. Até hoje muitas pessoas usam a internet para fazer compras, acessar bancos, procurar emprego, planejar férias, organizam eventos sociais, declaram o imposto de renda e pesquisam preço.
 
A bolha das "ponto com" cobriu aproximadamente o período de 1995-200. O clímax registrou-se em 10 de março de 2000, quando o índice Nasdaq chegou a 5.132,52 pontos. Ao longo de cinco anos, as bolsas de valores de países industrializados viram a ascensão rápida do preço das ações das empresas de comércio eletrônico e áreas afins. Apesar de a última fase ter sido uma catástrofe, o boom Internet às vezes é utilizado para se referir ao constante crescimento da Internet comercial (exemplificada pela primeira versão do navegador Mosaic, em 1993), ao longo da década de 1990.

O período foi marcado pela criação - e, em muitos casos, fracasso - de novas empresas baseadas na Internet, geralmente designadas como "ponto com". As empresas perceberam que os preços de suas ações disparariam se simplesmente fosse adicionado ao seu nome o prefixo "e-", que um autor denominou “prefixo do investimento”, ou o sufixo .com; A combinação do rápido aumento dos preços das ações, confiança de mercado que as empresas depositaram em lucros futuros, a especulação em ações individuais, e a ampla disponibilidade de capital de risco, criou um ambiente em que muitos investidores tornaram-se dispostos a ignorar as métricas tradicionais, como o P / E ratio (unidade de medida de preço) em favor da confiança nos avanços tecnológicos. 

Os capitalistas de alto risco viram um recorde de aumento nas cotações de ações de empresas "ponto com", e, portanto, mudaram as táticas de mercado mais rapidamente e com menos cautela do que o habitual, optando por reduzir o risco de partir muitos concorrentes, deixando para o mercado decidir o que iria suceder. As baixas taxas de juros em 1998-1999 ajudaram a aumentar os montantes de capital de arranque. Embora alguns destes novos empresários tivessem planos realistas e capacidade administrativa, a maioria estava despreparada, mas foi, assim mesmo, capaz de vender suas idéias aos investidores por causa da novidade do conceito de "ponto com". Estas empresas ofereceram os seus serviços ou produtos finais, gratuitamente, com a expectativa de que eles pudessem criar uma conscientização de marca bastante rentável, cobrando taxas pelos seus serviços mais tarde. O lema "get big fast" reflete essa estratégia. Durante o período de perda as empresas confiaram no capital de risco e, especialmente, nas ofertas públicas iniciais de ações para pagar suas despesas, enquanto não tinham, ainda, nenhuma fonte de renda. O fato de esses tipos de ações serem recentes, combinado com a dificuldade de avaliação das empresas, levou muitas ações a alturas vertiginosas, de maneira inconsistente. 

Uma possível causa para o colapso da Nasdaq, e todas as "ponto com" que vieram a desabar, foi a ordem de venda maciça de dólares para os “grandes termômetros” da mais alta tecnologia (Cisco, IBM, Dell etc), devendo ser processadas, simultaneamente, na manhã seguinte em 10 de março, no fim de semana. A venda resultou na NASDAQ abrindo cerca de quatro pontos percentuais, na segunda-feira 13 março, de 5,038 a 4,879 - o maior percentual de “pré-mercado” para o ano inteiro.
As vendas iniciais maciças dos lotes, processadas na segunda-feira, 13 de março, desencadearam uma reação de venda, que se auto alimentou por investidores, fundos e instituições liquidadas. Em apenas seis dias, o Nasdaq havia perdido quase nove por cento, caindo de cerca de 5.050 em 10 de março para 4580 em 15 de março. As ações da Cisco, por exemplo, que chegaram a ser as mais valorizadas do mundo, tiveram seu preço reduzido em 2/3.

O estouro da bolha ainda pode ter sido relacionado com os maus resultados de varejistas da Internet, após a temporada de Natal de 1999. Esta foi a primeira evidência inequívoca e pública de que a crença no "Get Rich Quick" ("Fique rico depressa") se mostrara falsa para a maioria das empresas. Estes resultados foram divulgados em março, quando os relatórios anuais e trimestrais das empresas públicas foram liberados. Algumas das grandes empresas de comércio ignoraram totalmente os preceitos básicos de economia, presumindo que, graças à Internet - a qual teria originado uma "Nova enocomia" - qualquer coisa poderia ser vendida online.

Exemplo clássico dessa abordagem foram as empresas que tentaram usar um modelo de cortador de biscoitos para espalhar suas marcas no mapa global. O GRANDE ERRO foi que muitas delas simplesmente ignoraram as regras básicas de diligência em relação ao mercado-alvo e potenciais clientes no que diz respeito ao mercado e às necessidades locais. Se uma idéia fosse bem sucedida nos E.U.A., supunha-se que pudesse ser também em outras partes do mundo, o que acabou não acontecendo.

Em 2001, a bolha murchou rapidamente. A maioria das "ponto com" cessou sua atividade, após queimar seu capital de risco. Muitas nem chegaram a obter lucros. Se os investidores não tivessem sido negligentes quanto à aplicação de estratégia de mercado, ao invés de simplesmente investir de olhos fechados nessa nova economia, talvez a queda teria sido menor.

Bibliografia:

Nenhum comentário:

Postar um comentário