Muitos
não querem joga-lo, somente poucos continuam jogando até a
morte. Ninguém conseguirá vencer. Mas se
não jogar, é que tudo estará realmente perdido.
O
que você faria. Caso algo feito com seu dinheiro não estivesse disponível
quando você mais necessita disso, sendo obrigado a pagar, e muito, ainda mais
quanto essa coisa é conhecimento (não, não é gasolina ou saúde)? Bem se você
for brasileiro provavelmente iria “reclamar calado” e ligar a TV e se alienar.
Mas uma pessoa simplesmente lutou para mudar isso. Lutou bravamente para
reverter esse sistema ladrão, lutou até a morte! Aaron Swartz.
Muitas
das bandeiras que Aaron levantava – a liberdade de acesso ao conhecimento,
acesso aberto à informação, bem como a utilização de programação para tornar o
mundo melhor – são valores fundamentais. Se quisermos alcançar os valores e
objetivos que são essenciais para as nossas comunidades. Swartz acreditava que
era errado cobrar por acesso a esses documentos, muitos dos quais foram
produzidos por acadêmicos de graça, e em alguns casos com o financiamento do
governo.
A
maioria dos criadores da propriedade intelectual oferecida pelas bases de dados
deseja compartilhar seu trabalho com o público de forma gratuita, mas por causa
de um sistema profundamente quebrado, não pode. Acadêmicos e cientistas fazem
pesquisa que é em larga escala paga por meio de erário público. Os
pesquisadores são então forçados a normalmente pagar editoras para publicar seu
trabalho, cedendo seus direitos autorais para eles e depois, elas vendem de
volta para as universidades, ou cobrando um valor para que outros acadêmicos
possam ler o material. Os “criadores” não recebem nenhuma compensação e na
verdade pagam para ter seu trabalho publicado.
Em
uma tentativa frustrada de burlar esse sistema, Aaron Swartz foi indiciado pelo
governo dos EUA. Foi acusado do download de muitos artigos de revistas
acadêmicas a partir da web. O governo alega que o download desses artigos é, na
verdade, crime de hacking e deve ser punido com pena de prisão. A suposta
vítima, JSTOR, tinha retirado todas as reivindicações contra Aaron, explicando
que eles não sofreram nenhuma perda ou dano, e pediu ao governo para não
processa-lo. O MIT por outro lado só se preocupou porque, se eles dissessem que
não, os vendedores de bases de dados iriam suspender as bibliotecas das
assinaturas, vital para pesquisa.
Ele
tinha o direito de acesso manual, mas automatizou o processo, porque essa era
sua natureza. Com diversos scripts básicos em python, que primeiro descobriam
as URLs de artigos de periódicos e então solicitavam o arquivo. Aaron não
utilizou qualquer parâmetro de adulteração, nem quebrou um CAPTCHA sequer, ou
fez qualquer coisa mais complicada do que rodar uma linha de comando básica que
baixa um arquivo, da mesma forma como o botão direito do mouse e “Salvar como”
faria.
A
punição oferecida foi de até 50 anos de prisão federal – mais do que os
americanos dão por homicídio múltiplo – e o custo de defesa seria, de cerca de
US $ 1,5 milhão, que a família não possuía. Mesmo que todas as alegações da
acusação fossem verdadeiras, o único crime real cometido por Swartz foi invasão
de propriedade simples, pelo qual as pessoas são punidas, no máximo, com 30
dias de prisão e uma multa de 100 dólares.
Ele
foi perseguido. Usado como mensagem para toda a comunidade hacker. Era uma
ameaça que não tinha nada a ver com justiça e tudo a ver com uma batalha mais
ampla sobre o poder sistêmico. Nos últimos anos, os hackers têm desafiado o
status quo e posto em causa a legitimidade de inúmeras ações políticas.
O
suicídio de Aaron não é simplesmente uma tragédia pessoal. É o produto de um
sistema de justiça criminal repleto de intimidação e procuradoria exagerada. As
decisões tomadas pelos funcionários da Procuradoria do Massachusetts e do MIT contribuíram
para sua morte. (FAMÍLIA)
Há
quem diga que o no Brasil é diferente, gasta em torno de R$120 milhões anuais
para garantir que 326 instituições do país acessem mais de 31 mil revistas
científicas por meio do Portal de Periódicos da Capes, modelo de consórcio de
bibliotecas único no mundo, inteiramente financiado pelo governo nacional.
Sendo que no final, indiretamente a gente paga dobrado!
Muitos
são os que se comoveram com tamanha tragédia, porém poucos são os que realmente
fazem alguma coisa além de compartilhar ou curtir imagens, que visam despertar
um sentimento de luta, para combater a opressão do Estado juntamente com
empresas. Mas depois disso, essas pessoas voltarem a ligar a TV e continuam
sendo alienadas (não confundir com entretenimento) por programas tão inúteis
quanto os jornais manipulados, por emissoras com “rabo preso” ou de políticos.
Ou essas pessoas simplesmente ficam juntando recibos parcelados pela
“eternidade”, para “comprar” um lugarzinho no céu, mas não se lembram de
leva-los para comprovar o pagamento.
“Falsos moralistas de
merda”, uma denominação forte, mas que caracteriza bem: pessoas que se alienam,
reclamam bastante sobre tudo (saúde, educação, corrupção) e o pior, não faz
absolutamente nada para mudar essa triste realidade. Aaron Swartz se tornou um
mártir, lutou até o fim pelo acreditou ser justo para a sociedade, porém quando
se bate de frente com o sistema, "Shit happens". Muitos continuarão com
o que ele começou todos com uma simples ideia, melhorar a sociedade em que
vivemos. Pouco se faz aqui no Brasil, mas muito acontece, é necessário se
mobilizar, cyber protestos não vão mudar muito a situação do Brasil, apenas uma
mobilização completa dessa sociedade apática as ações sórdidas de seus
representantes irá mudar o brasil.
“É impossível progredir
sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada.”
– George Bernard Shaw
Fonte: http://biblioo.info/suicidaram-aaron-swartz/
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