Pesquisa

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Jogo da Forca

Muitos não querem joga-lo, somente poucos continuam jogando até a morte.  Ninguém conseguirá vencer. Mas se não jogar, é que tudo estará realmente perdido.



O que você faria. Caso algo feito com seu dinheiro não estivesse disponível quando você mais necessita disso, sendo obrigado a pagar, e muito, ainda mais quanto essa coisa é conhecimento (não, não é gasolina ou saúde)? Bem se você for brasileiro provavelmente iria “reclamar calado” e ligar a TV e se alienar. Mas uma pessoa simplesmente lutou para mudar isso. Lutou bravamente para reverter esse sistema ladrão, lutou até a morte! Aaron Swartz.
Muitas das bandeiras que Aaron levantava – a liberdade de acesso ao conhecimento, acesso aberto à informação, bem como a utilização de programação para tornar o mundo melhor – são valores fundamentais. Se quisermos alcançar os valores e objetivos que são essenciais para as nossas comunidades. Swartz acreditava que era errado cobrar por acesso a esses documentos, muitos dos quais foram produzidos por acadêmicos de graça, e em alguns casos com o financiamento do governo.
A maioria dos criadores da propriedade intelectual oferecida pelas bases de dados deseja compartilhar seu trabalho com o público de forma gratuita, mas por causa de um sistema profundamente quebrado, não pode. Acadêmicos e cientistas fazem pesquisa que é em larga escala paga por meio de erário público. Os pesquisadores são então forçados a normalmente pagar editoras para publicar seu trabalho, cedendo seus direitos autorais para eles e depois, elas vendem de volta para as universidades, ou cobrando um valor para que outros acadêmicos possam ler o material. Os “criadores” não recebem nenhuma compensação e na verdade pagam para ter seu trabalho publicado.
Em uma tentativa frustrada de burlar esse sistema, Aaron Swartz foi indiciado pelo governo dos EUA. Foi acusado do download de muitos artigos de revistas acadêmicas a partir da web. O governo alega que o download desses artigos é, na verdade, crime de hacking e deve ser punido com pena de prisão. A suposta vítima, JSTOR, tinha retirado todas as reivindicações contra Aaron, explicando que eles não sofreram nenhuma perda ou dano, e pediu ao governo para não processa-lo. O MIT por outro lado só se preocupou porque, se eles dissessem que não, os vendedores de bases de dados iriam suspender as bibliotecas das assinaturas, vital para pesquisa.
Ele tinha o direito de acesso manual, mas automatizou o processo, porque essa era sua natureza. Com diversos scripts básicos em python, que primeiro descobriam as URLs de artigos de periódicos e então solicitavam o arquivo. Aaron não utilizou qualquer parâmetro de adulteração, nem quebrou um CAPTCHA sequer, ou fez qualquer coisa mais complicada do que rodar uma linha de comando básica que baixa um arquivo, da mesma forma como o botão direito do mouse e “Salvar como” faria.
A punição oferecida foi de até 50 anos de prisão federal – mais do que os americanos dão por homicídio múltiplo – e o custo de defesa seria, de cerca de US $ 1,5 milhão, que a família não possuía. Mesmo que todas as alegações da acusação fossem verdadeiras, o único crime real cometido por Swartz foi invasão de propriedade simples, pelo qual as pessoas são punidas, no máximo, com 30 dias de prisão e uma multa de 100 dólares.
Ele foi perseguido. Usado como mensagem para toda a comunidade hacker. Era uma ameaça que não tinha nada a ver com justiça e tudo a ver com uma batalha mais ampla sobre o poder sistêmico. Nos últimos anos, os hackers têm desafiado o status quo e posto em causa a legitimidade de inúmeras ações políticas.
O suicídio de Aaron não é simplesmente uma tragédia pessoal. É o produto de um sistema de justiça criminal repleto de intimidação e procuradoria exagerada. As decisões tomadas pelos funcionários da Procuradoria do Massachusetts e do MIT contribuíram para sua morte. (FAMÍLIA)
Há quem diga que o no Brasil é diferente, gasta em torno de R$120 milhões anuais para garantir que 326 instituições do país acessem mais de 31 mil revistas científicas por meio do Portal de Periódicos da Capes, modelo de consórcio de bibliotecas único no mundo, inteiramente financiado pelo governo nacional. Sendo que no final, indiretamente a gente paga dobrado!
Muitos são os que se comoveram com tamanha tragédia, porém poucos são os que realmente fazem alguma coisa além de compartilhar ou curtir imagens, que visam despertar um sentimento de luta, para combater a opressão do Estado juntamente com empresas. Mas depois disso, essas pessoas voltarem a ligar a TV e continuam sendo alienadas (não confundir com entretenimento) por programas tão inúteis quanto os jornais manipulados, por emissoras com “rabo preso” ou de políticos. Ou essas pessoas simplesmente ficam juntando recibos parcelados pela “eternidade”, para “comprar” um lugarzinho no céu, mas não se lembram de leva-los para comprovar o pagamento.
          “Falsos moralistas de merda”, uma denominação forte, mas que caracteriza bem: pessoas que se alienam, reclamam bastante sobre tudo (saúde, educação, corrupção) e o pior, não faz absolutamente nada para mudar essa triste realidade. Aaron Swartz se tornou um mártir, lutou até o fim pelo acreditou ser justo para a sociedade, porém quando se bate de frente com o sistema, "Shit happens". Muitos continuarão com o que ele começou todos com uma simples ideia, melhorar a sociedade em que vivemos. Pouco se faz aqui no Brasil, mas muito acontece, é necessário se mobilizar, cyber protestos não vão mudar muito a situação do Brasil, apenas uma mobilização completa dessa sociedade apática as ações sórdidas de seus representantes irá mudar o brasil. 


“É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada.”                                                               George Bernard Shaw




Fonte: http://biblioo.info/suicidaram-aaron-swartz/

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