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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Stanford +1 vale

Vale do silicio e seus componentes básicos.


    Stanford University foi fundamental para a criação de uma cultura empreendera, inovadora e de livre compartilhamento de ideias, que culminou no sucesso do Vale do Silício. Transformando-se além de uma reduto de ideias, uma universidade bastante conceituada, alavancando tudo ao seu redor. Cumpriu um papel importante na origem de outras empresas da região. O nome da Sun, que foi adquirida pela Oracle, é um acrônimo de Stanford University Network. “A universidade é um grande motor de criação de novas ideias, e de ensinar os estudantes a trazer suas ideias à vida”, disse Tina Seelig, diretora executiva do Stanford Technology Ventures Program. Apesar de ser um programa para formar empreendedores, é ligado à faculdade de engenharia, e não à administração.
     “Nossa filosofia é considerar insuficiente para os estudantes sair da faculdade com um treinamento puramente técnico”, explicou Tina. “Eles precisam entender o mundo empreendedor em que vão atuar. É importante para eles como indivíduos para terem sucesso, para as empresas em que vão trabalhar para o país e para o mundo.”
    Em 1956, como o gatilho da transformação dessas terras exuberantes em parques empresariais, centros de compra e campi empresariais. Shockley, creditado como co-inventor do transistor em 1947 (trabalhava, nessa época, para os Laboratórios Bell), selecionou Mountain View, na Califórnia, como a nova casa para sua empresa iniciante de semicondutores de silício. Em vez disso, ele poderia ter escolhido Dallas, no Texas, ou Los Angeles, como teria preferido seu investidor, mas Shockley estava tentando recuperar-se de um ambiente de trabalho estressante e de um divórcio. Ele precisava de uma mudança. Também precisava ficar perto da mãe, que ainda vivia na casa da família, no norte da Califórnia, próximo à Universidade de Stanford.
    Veteranos do Vale do Silício como Gordon Moore — que inicialmente trabalhava para Shockley e depois se transformou em co-fundador da Fairchild Semiconductor e da Intel Corporation — dizem que a indústria de semicondutores provavelmente teria irrompido em algum outro lugar não fosse a decisão de Shockley. Ele atraiu algumas das mentes mais brilhantes do país para Mountain View e, numa jogada arriscada, escolheu o silício como o substrato fundamental por trás de sua iniciativa com semicondutores. Embora a jogada de Shockley tenha sido fundamental para o desenvolvimento do Vale do Silício, uma série de fatores empresariais e culturais subjacentes já havia preparado o Vale para seu novo papel e maximizado o impacto da chegada de Shockley.
    A capacidade de Shockley de atrair alguns dos jovens cientistas mais brilhantes da nação para o Vale do Silício foi da maior importância para o desenvolvimento futuro da região. Em última análise, porém, seu estilo gerencial pouco ortodoxo, embora desagradável, mostrou ser sua contribuição mais duradoura. Sem disposição para lidar com as mudanças de humor de Shockley e sua falta de perspicácia comercial, oito de seus principais empregados deixaram o laboratório para formar uma nova empresa.
    Os “oito traidores”, como Shockley os descreveu, tiveram sorte ao atrair a atenção de Arthur Rock, investidor da Costa Leste. Rock ofereceu um acordo insólito para a época. Ele convenceu uma empresa já constituída, a Fairchild Camera and Instrument, a admitir o grupo inteiro de ex-funcionários de Shockley para formar uma nova subsidiária, chamada Fairchild Semiconductor. Todos os funcionários receberam participação significativa na nova empresa. Esse modelo, que combina capital de risco e participação dos funcionários, passaria a ser a base do futuro desenvolvimento e crescimento do Vale.
    Fred Terman, professor de Stanford de vocação estratégica e pesquisador de rádio, valeu-se dessa indústria nascente para estabelecer laços estreitos entre seus estudantes e os empreendedores locais. Ele apresentava os estudantes aos empresários locais e arranjava-lhes estágios. Foi Terman quem encorajou Hewlett and Packard a lançar sua empresa.
     A Fairchild Semiconductor logo fomentou outro hábito do Vale. Quando diversos pesquisadores da Fairchild decidiram que a empresa não era rápida o suficiente para acompanhar suas idéias, eles a abandonaram para formar suas próprias empresas de semicondutores — muitas vezes chamadas de “herdeiras da Fairchild”.
    O número surpreendente (e, em muitos casos, o sucesso) dessas empresas iniciantes criou a noção de que era correto abandonar uma empresa para ir em busca de suas próprias ideias. Também era aceitável pular de empresa em empresa à procura do próximo grande acontecimento. Esses conceitos eram novos e singulares; em outras partes dos Estados Unidos a expectativa era de que os funcionários ficassem em uma empresa por toda a carreira.
    Seguindo essa tendência, dois dos cofundadores da Fairchild Semiconductor, Robert Noyce e Gordon Moore, deixaram a empresa em 1968 para formar a Intel. Em poucos anos, a Intel produziria o primeiro verdadeiro microprocessador.
    O sucesso da região do Vale do Silício, no norte da Califórnia, não é produto do acaso, mas de desdobramentos históricos que criaram uma cultura de inovação e de informações compartilhadas entre os empreendedores.
    Uma delas é a tolerância ao fracasso, encarado como uma forma de aprender o que não deve ser feito. Algumas das frases repetidas pela comunidade de tecnologia são “fail fast” (fracasse rápido) e “fail forward” (fracasse adiante). Na verdade, essa tolerância ao fracasso pode ser vista como a outra face do apetite por risco.
    As pessoas do Vale aceitam o fracasso como parte do negócio. Em vez de envergonhar-se por uma série de empresas iniciantes falidas, usam essas experiências como distintivo de honra — e sabe-se que ele ou ela vai seguir em frente até acertar “grandes tacadas”. E talvez esse espírito remonte à Busca do Ouro na Califórnia de 1849, aquele momento em que as pessoas não tinham receio de arriscar ou seguir seus impulsos.
    É essa rica mistura de forças entrelaçadas que torna o Vale do Silício tão difícil de copiar. As pessoas suportam os altos preços das moradias e as pressões no emprego por sentir que o mesmo trabalho não pode ser realizado em nenhum outro lugar. Há quase um sentimento de que se está vivendo dentro de uma feira — muito ensolarada, por sinal — em que tudo que você precisa cobrar depois de ter uma inspiração ou uma ideia está o seu alcance: tecnologia, financiamento e, naturalmente, talento.

Fonte: http://www.embaixada-americana.org.br/HTML/ijee0508p/vance.htm
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/uma-escola-chamada-vale-do-silicio
http://blogs.estadao.com.br/renato-cruz/o-sucesso-do-vale-do-silicio/

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