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sábado, 26 de janeiro de 2013

Aaron Swartz

Aaron Swartz foi um gênio da programação e ativista, foi encontrado morto em um apartamento em New York. Ele lutava pela socialização do conhecimento e por uma internet livre. O suicídio está sendo investigado a fim de confirmar o motivo da morte de Aaron, existem duas suspeitas. A primeira é a de que ele teve uma crise depressiva e tenha decidido retirar a própria vida, a outra é a de que ele tenha sido "motivado" pela recente condenação a até 35 anos de reclusão por ter liberado material pago de forma gratuita.
Aaron nasceu em novembro de 1986 em Chicago, desde cedo conviveu com a computação por influência de seu pai que era proprietário de uma empresa de software. Aos 13 anos venceu uma competição de sites não comerciais "úteis, educacionais e colaborativos". Aos 14 anos ingressou  num grupo de trabalho para a elaboração da versão 1.0 do RSS (Rich Site Summary) que é um formato de publicação de blogs e páginas. Aos 16 anos entrou e abandonou a Universidade de Stanford e se dedicou a criação de novas empresas, como a Infogami. Aos 17 anos ingressou na equipe do Creative Commons e participou de importantes debates sobre propriedade intelectual e licenças open-source. Em 2006 entrou para a equipe da Reddit, plataforma aberta que permite que membros votem em histórias e discursões importantes. Ainda em 2006 virou colaborador do wikipedia. Em 2007 fundou a Jottit, ferramenta que permite a criação colaborativa de sites de forma simplificada. não tinha objetivo de se tornar rico mas im desenvolver ferramentas e instrumentos para aprofundar a experiência colaborativa e de cooperação da sociedade.
Em 2008 trabalhou em três projetos o Watchdog, o Open Library e o Demand Progress. O Watchdog é um site que permite criar petições públicas. O Open Library pretende criar um site para cada livro, se transformando numa especie de biblioteca universal, sendo possível o emprestimo de e-books. O Demand Progress plataforma criada para conquistar mudanças progressistas em políticas públicas (envolvendo liberdades civis, direitos civis e reformas governamentais) para pessoas comuns e a atuação do Demand Progress se dá de duas formas: através de campanhas on-line para chamar atenção das pessoas e contatar líderes do Congresso, e através do trabalho de advocacia pública em Washington “nas decisões por trás das salas que afetam nossas vidas”.
Ainda em 2008 Aaron foi investigado pelo FBI por ter baixado milhões de documentos publicos do Judiciário mantidos pela empresa Pacer (que cobra pelo acesso a documentos públicos), mas a investigação não resultou em processo criminal ou civil.
No final de 2010 formulou uma petição online para chamar a atenção dos usuários da Internet e de grupos políticos dos Estados Unidos contra uma nova lei de copyright que para Aaron tinha o objetivo de censurar a internet. Em outubro 2011 o projeto foi reapresentado com o nome de Stop Online Piracy Act (SOAP) e em Janeiro de 2012 após um intenso debate promovido na rede pelos ativistas chamou a atenção de grandes organizações como o Google, Facebook, Twitter, entre outros. Em 18 de janeiro daquele ano o wikipedia simulou como seria se o site fosse retirado do ar pelo SOAP. A reação do Congresso foi imediata e culminou na suspensão do projeto de lei.
Em julho de 2011 Aaron foi processado por "fraude eletrônica, fraude de computador e de obtenção ilegal de informações a partir de um computador protegido" pela JSTOR (uma das maiores organizações de compilação e acesso pago a artigos cientificos). Aaron programou um dos computadores públicos do MIT (Massachussets Institute Technology) para acessar o banco de dados da JSTOR e fazer o download de artigos cientificos de diversas areas do conhecimento, em poucos dias baixou mais de 4 milhões de artigos cientificos (não se sabe como ele pretendia publicar esses arquivos), então ele foi processado pelo fato de ter feito o download dos arquivos (apesar de o acesso do computador da instituição permitir o download).
A questão é que Aaron Swartz não cometeu, a princípio, nenhum ato ilícito (ele poderia fazer o download de artigos científicos como qualquer acadêmico logado a uma máquina com acesso ao JSTOR pode). E mesmo depois de acusado, entregou-se à Justiça e afirmou que não tinha intenção de lucrar com o ato. Diante do aviso de que a distribuição dos arquivos infringiria leis nacionais, Aaron devolveu os arquivos digitalizados para a JSTOR, que retirou a ação judicial de caráter civil
Após o acordo entre Aaron e a JSTOR, a Promotoria de Justiça de Boston indiciou Aaron Swartz por diversas ofensas criminais, pedindo a condenação do ativista em 35 anos de prisão e o pagamento de 1 bilhão de dólares de multa. O processo penal teve início, sendo oferecida a Swartz a oportunidade de fazer um acordo penal que reconhecesse sua culpa, Swartz recusou-se a declarar-se culpado, por não considerar seus atos como ilícitos. Mesmo com a intervenção da JSTOR, que reconheceu não se sentir prejudicada pelos atos de Swartz, a Promotoria continuou a amedrontá-lo.
O processo penal esvaziou suas poucas reservas financeiras e gerou um enorme trauma psicológico. O julgamento da ação penal estava marcado para abril de 2013 e Aaron Swartz recusava-se a comentar o assunto em entrevistas, palestras e eventos. Alguns especulam que o suicídio está ligado com o processo penal considerado por muitos como uma resposta do governo dos Estados Unidos contra o ativismo libertário de Aaron.
A família de Swartz divulgou um comunicado após a morte, no qual considerou que a decisão do jovem foi “um produto de um sistema de justiça criminal repleto de intimidações”. Os familiares criticam as autoridades judiciais por terem acusado Swartz por “um alegado crime que não fez vítimas”, alargando as responsabilidades no suicídio ao MIT. O MIT vai lançar uma investigação interna para  verificar todas as decisões tomadas desde que foi registado o primeiro indício de atividade suspeita nos seus dados em 2010, alegadamente da autoria de Swartz, até agora, para apurar de que forma poderá ter tido responsabilidade na morte de Aaron.

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