A partir de 2008, Aaron Swartz –
um “sociólogo aplicado“, como ele se autodenominava – engajou-se em uma série
de projetos de cunho político, voltados ao ativismo cívico de base
e ao compartilhamento de conteúdo on-line. Dentre eles, destacam-se três
projetos específicos: Watchdog é um website que permite a criação de
petições públicas que possam circular on-line; Open Library pretende criar
uma página da web para cada livro já publicado no mundo; e Demand
Progress plataforma criada por Swartz para conquistar mudanças progressistas em
políticas públicas (envolvendo liberdades civis, direitos civis e reformas
governamentais) para pessoas comuns através do lobbying organizado de base.
Graças a participação de Swartz
em várias petições contra o governo que envolviam de algum modo a censura da
internet ou a privação de documentos “públicos”
mediante copyright, ele chamou a atenção das autoridades estadunidenses. O processo que pode estar relacionado com a morte de Swartz
teve início em julho de 2011, quando o ativista foi processado por “fraude
eletrônica, fraude de computador, de obtenção ilegal de informações a partir de
um computador protegido”, a partir de uma acusação da companhia JSTOR - uma das
maiores organizações de compilação e acesso pago a artigos científicos. Aaron
programara um dos computadores públicos do Massachussets Institute of
Technology (MIT) para acessar o banco de dados da JSTOR e fazer download de
artigos científicos de diversas áreas do conhecimento.
Pelo fato de Swartz ter feito o
download de muitos documentos ao mesmo tempo (o que é permitido pela instituição), foi processado por fraude eletrônica e obtenção
ilegal de informações. Diante do aviso de que a distribuição dos arquivos
infringiria leis nacionais, Aaron devolveu os arquivos digitalizados para a
JSTOR, que retirou a ação judicial de caráter civil. Ou seja: caso encerrado,
correto? Errado. Após o acordo entre Aaron e a JSTOR, a Promotoria de Justiça
de Boston, através da US Attorney Carmen Ortiz, indiciou Aaron Swartz por
diversas ofensas criminais, pedindo a condenação do ativista em 35 anos de
prisão (sic!) e o pagamento de 1 bilhão de dólares de multa. O processo penal
teve início, sendo oferecida a Swartz a oportunidade de fazer um acordo penal
que reconhecesse sua culpa (plead guilty).
Para a família de Swartz, uma coisa
é clara: se houve suicídio, o bullying judicial realizado pelo Judiciário
estadunidense foi um fator que levou o jovem ativista a encerrar a própria
vida, em um sinal de protesto contra todo o injusto sistema.
fonte:http://www.domtotal.com/noticias/560146 "Aaron Swartz, guerrilheiro da internet livre"
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