Pesquisa

quinta-feira, 7 de março de 2013

UM APANHADO HISTÓRICO DA TV DIGITAL (TVD)

A concepção de uma televisão digital foi elaborada no Japão, na década de 1970.
Apesar de ter sido imaginada nos anos 70, somente há dez anos a TV digital passou a ser uma realidade no cenário mundial, com a implantação de emissoras digitais. A TV digital é capaz de oferecer maior nitidez de imagem e som que pode, inclusive, superar a resolução oferecida pelo cinema.

Coerentes com suas realidades, alguns países construíram seus próprios padrões de desenvolvimento desta tecnologia. Existem três padrões de televisão digital em operação comercial no mundo: o americano, o europeu e o japonês.

O Japão foi o primeiro país a adotar a resolução 16:9 (widescreen), bem como o pioneiro no desenvolvimento do sistema de compressão e transmissão de vídeo em High-Definition Television ou Televisão de Alta Definição (HDTV), ambos nos anos 80.

A primeira diferença da TV digital é a resolução: enquanto a TV analógica trabalha em média com 480 linhas horizontais, a digital trabalha com 1080. Outra diferença reside no formato da imagem. O formato, no sistema digital é o widescreen, com a proporção 16:9, semelhante às telas de cinema, diferente do padrão analógico, que funciona na proporção 4:3.



Os Estados Unidos criaram o Advanced Television Systems  Commitee (ATSC),  em 1998, que prioriza a necessidade de melhorar a qualidade do som e da imagem oferecidos pela televisão analógica e disponibiliza  conteúdos pay-per-view (ppv) – “pague para ver” - sistema pago no qual os telespectadores podem, através de telefone ou do próprio controle remoto, comprar eventos, filmes ou outros programas para serem vistos posteriormente na TV.

O sistema europeu Digital Video Broadcasting (DVB), que veio em seguida, consiste  em  um  conjunto  de  padrões, para  transmissão  de  sinais  digitais  via terrestre  ou radiodifusão  (DVB-T);  transmissão por satélite  (DVB-S); transmissão por cabo  (DVB-C)  e transmissão para dispositivos móveis, como celulares e PDA’s (DVB-H). Permite a transmissão simultânea de mais de um programa por canal.

O  terceiro  padrão,  o  japonês,  foi  criado  em  1999, iniciou  a transmissão digital  terrestre Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T) do  sinal  em dezembro de 2003, na cidade de Tóquio. Além  de  oferecer  os  serviços  dispostos  nos  outros  padrões, permite  a  recepção  em  aparelhos  portáteis  e  móveis,  conferindo acesso nos lugares mais remotos.


A TVD no Brasil


As discussões e primeiros  estudos com relação à implementação  da TV digital no Brasil  começaram  em  1994,  sob  o  comando  da  Associação  Brasileira  de  Emissoras  de Rádio  e  Televisão  (ABERT)  e  da  Sociedade  Brasileira  de  Engenharia  de  Televisão  e Telecomunicações  (SET). Todavia,  apenas  em  1998  a  temática  ganhou  ênfase.  A Agência  Nacional  de  Telecomunicações ( Anatel), assumiu  a coordenação dos  estudos para  a  definição  do sistema  de  televisão digital  a  se implantar no país. Os trabalhos  das  pesquisas  realizadas  e  as  discussões  culminaram  na  edição  do  Decreto Presidencial 4.901,  em  26  de  novembro  de  2003,  que instaurou  o Sistema  Brasileiro  de Televisão  Digital  (SBTVD), formado com as seguintes finalidades:

I - promover a inclusão social, a diversidade cultural do País e a língua pátria por meio do acesso à tecnologia digital, visando à democratização da informação;
II - propiciar a criação de rede universal de educação à distância;
III  - estimular a pesquisa e o desenvolvimento  e propiciar  a expansão de tecnologias  brasileiras e da indústria nacional relacionadas à tecnologia de informação e comunicação;
IV - planejar o  processo de transição  da  televisão  analógica  para a digital,  de  modo a garantir  a gradual adesão de usuários a custos compatíveis com sua renda;
V - viabilizar a transição do sistema analógico para o digital, possibilitando às concessionárias do
serviço  de  radiodifusão  de  sons  e  imagens,  se  necessário,  o  uso  de  faixa  adicional  de radiofreqüência, observada a legislação específica;
VI - estimular a evolução das atuais exploradoras de serviço de televisão analógica, bem assim o ingresso de novas empresas, propiciando a expansão do setor e possibilitando o desenvolvimento de inúmeros serviços decorrentes da tecnologia digital, conforme legislação específica;
VII - estabelecer ações e modelo s de negócio s para a televisão digital adequados à realidade econômica e empresarial do País;
VIII - aperfeiçoar o uso do espectro de radiofreqüências;
IX - contribuir para a convergência tecnológica e empresarial dos serviços de comunicações;
X - aprimorar a qualidade de áudio, vídeo e serviço s, consideradas as atuais condições do parque instalado de receptores no Brasil; 
XI - incentivar a indústria regional e local na produção de instrumentos e serviços digitais.

Desde o  princípio  dos  experimentos,  apontou-se se  para  a  inviabilidade  técnica  do  padrão  ATSC  em  virtude  de  uma  série  de  carências ligadas  ao  tipo  de  modulação  empregada. Esta  modulação  se  mostrou  deficiente  no quesito  referente  à  transmissão  móvel  e  apresentou  desempenho  sofrível, principalmente,  ao  utilizar  antenas  internas.

Assim, direcionou-se a preferência pelo ISDB -T em razão do satisfatório desempenho no tocante à recepção de sinais em ambientes fechados, ou seja, sinais captados por antenas internas. Há, ainda, mais uma vantagem: o ISDB-T privilegia a instalação de novos canais.

Em virtude das experiências apresentadas, em 29 de julho de 2006 foi assinado o acordo com o governo japonês estabelecendo que o padrão ISDB-T serviria de referência para a elaboração do sistema nacional SBTVD.  Hoje em dia já são 480 os municípios atendidos pela TV Digital. Ao todo são 102 emissoras que possuem a tecnologia que chega para 87,7 milhões de pessoas, ou 45,98% da população brasileira. A expectativa é a de que a cobertura digital seja superior ou equivalente à analógica antes do encerramento oficial do antigo tipo de transmissão, em 2016.

O Sistema Brasileiro de Televisão Digital é aberto e gratuito. A primeira transmissão da TV Digital no Brasil ocorreu em São Paulo, no dia 2 de dezembro de 2007.


CURIOSIDADE


SET-TOP BOX
   Não é necessário comprar uma televisão nova para receber o sinal digital, basta adquirir o Conversor Set-Top Box (equipamento que deve ser conectado às televisões que não possuem um sintonizador digital, para que o sinal possa ser convertido pelo aparelho) e conectá-lo na entrada para DVD da TV. Alguns conversores set-top Box possuem integrado um gravador de vídeo digital, que  permite capturar a programação televisiva para ser visualizada posteriormente.



FONTES:

Trabalho “Televisão Digital: do Japão ao Brasil” apresentado no VI Congresso Nacional de História da Mídia, UFF, Rio de Janeiro, 2008. Publicado na Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal da Paraíba.



http://www.tecmundo.com.br/lcd/2134-saiba-tudo-sobre-televisao-digital.htm



Nenhum comentário:

Postar um comentário