Segundo Annerstedt e
Haselmayer (2004) os parques tecnológicos são classificados em três gerações: primeira,
segunda e terceira geração.
A
primeira geração se iniciou na década de 60, e sua fonte de inspiração foi nos
modelos das universidades americanas e em especial a Universidade de Stanford.
A primeira geração é uma extensão da universidade, e possui incubadora de
empresas para startups, serviços para empresas e interação com tecnologias
baseadas em pesquisa. Utiliza a filosofia science push. Estes parques são deliberadamente separados do
contexto urbano e localizados em uma zona projetada especificamente para este
fim.
Na segunda geração os parques
ainda continuam como extensão das universidades (ou institutos), entretanto a
energia decisiva vem dos negócios, interessados na criação e crescimento de
empresas que são embasadas na inovação. Estes parques são market pull, ou seja, não estão muito
preocupados com a exploração inicial de resultados científicos, mas sim com os
estágios finais do processo de inovação.
E na terceira geração é uma
instituição gerida por profissionais especialistas em apoio à inovação que tem
como objetivo de ampliar a riqueza da comunidade na qual o parque está
instalado através da promoção, de diversas formas, da interação governo-indústria-ciência
como cita Leydesdorff; Etzkowitz, 1996. Este tipo de parque oferece um conjunto
mais completo de serviços relacionados à inovação. Uma diferença chave desta
geração de parque é a sua natureza urbana, a qual integra o parque a uma ampla
faixa de atividades socioeconômicas e culturais. A filosofia deste parque de
terceira geração é inovação interativa orientada para o cluster. É ao mesmo
tempo science push e market pull que são filosofias da primeira e segunda
geração respectivamente.
No Brasil o tema parques
tecnológicos começou a ser tratada a partir da criação de um programa do CNPq,
em 1984, para apoiar este tipo de iniciativa A falta de uma cultura voltada
para a inovação e o baixo número de empreendimentos inovadores existentes na época
que fizeram com que os primeiros projetos de parques tecnológicos acabassem
dado origem ás primeiras incubadores de empresas no Brasil.
Pesquisas feitas pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (APROTEC) atualmente o Brasil possui 74 parques tecnológicos
espalhados por suas regiões (dentre estes 25 estão em operação, 17 em
implantação e 32 na fase de projeto). Contudo há uma maior
concentração destes na região Sudeste e Sul. Os parques em operação abrigam
cerca de 500 empresas, o que gerou em 2010 uma receita de R$ 1,68 bilhão. Os
volumes de exportação e de geração de impostos são em R$ 116 milhões e R$ 119 milhões,
respectivamente. Há um equilíbrio entre os recursos públicos e privados
aplicados em empreendimentos dos parques tecnológicos, 46% do dinheiro investido
vem da inciativa privada e o restante dos governos ( estadual, federal e municipal).
Um
conjunto associado de fatores provocou um
auto crescimento do numero de projeto de parques tecnológicos no
pais. Dentre eles, provocar uma mente
governamental voltada para investimentos no desenvolvimento sustentável e verde
e consequentemente o crescimento econômico do país. Como consequência desse
pensamento governamental e aumento dos investimentos chamou a atenção de muitas
empresas, tanto nacionais quanto multinacionais para atuar nesse novo cenário e
fortalecer suas unidades P &D. Vale ressaltar que era de grande importância
atentar o governo para aumentar os investimentos dessa área e as
experiências bem sucedidas de países
como Espanha , França , EUA, Coréia , entre outros que mostraram que o
investimento consciente, constante e equilibrado
provocam melhorias sociais , econômicas e éticas.
No
Brasil, o mais antigo parque tecnológico é o da Fundação Parque Tecnológico da
Paraíba (PaqTcPB) em Campina Grande. Fundado em 1984, sua especialidade é
Ciência, Tecnologia e Informação (CT&I). Atualmente o maior parque
tecnológico do pais fica em Recife , onde há a
concentração de empresas de software e telemarketing que tem crescido tanto que
a cidade já começa a ser chamada de "Índia brasileira", em alusão ao
país asiático que se destaca nos dois setores. As empresas dos setores se
reúnem no Porto Digital, polo no Recife cuja produção lhe rendeu o título de
maior parque tecnológico do Brasil. A UFPE (Universidade Federal de Pernambuco)
faz parte do crescimento desse parque tecnológico tendo em vista que muitos
professores possuem empresas nesse parque e que contratam alunos para trabalhar
/ estagiar e 20 a 30 % do lucro final obtido na empresa é revestido em
investimento para universidade, seja na estrutura ou nos projetos de iniciação
cientifica. Para facilitar a relação entre empresas e o Centro de Informática
(CIn) da UFPE foi criada em 2003 a Coordenação de Cooperação e Empreendedorismo.
O objetivo é viabilizar parcerias entre o CIn e a iniciativa privada, através
de convênios para o desenvolvimento de pesquisas na área de Tecnologia da
Informação (TI). Com essas parcerias, o
CIn incentiva a mudança na cultura da relação Universidade X Empresas, além de
aumentar a motivação dos alunos devido à interação com o a vida profissional.
Essa relação possibilita também identificar novas linhas de pesquisa em função
da necessidade do mercado de trabalho. Vários modelos de cooperação já foram
desenvolvidos no CIn, tais como: Programa de Residência em Software, parcerias
com empresas e instituições, bolsas para mestrado e doutorado,
empreendedorismo, consultorias e fundos de cooperação, através da Lei de
Informática. Atualmente, os projetos que estão em consonância com a lei no
centro são: Motorola, Samsung, Itautec,
Elcoma, Megaware, Engetron,
Celéstica e HP.
O
incentivo ao empreendedorismo no CIn se dá por meio do Recife BEAT - Base para
Empreendimentos de Alta Tecnologia, a pré-incubadora de empresas de tecnologia.
Criado em 1997 com o objetivo de estimular nos alunos o espírito empreendedor,
o BEAT atua através do Atelier de Projetos, uma metodologia desenvolvida
para promover a integração de jovens
empreendedores com colegas experientes do Centro de Informática (CIn), a
inventarem modelos de negócios
sustentáveis e com alto potencial de crescimento. O principal objetivo do
programa é fazer com que os alunos do CIn pensem na criação de novas empresas
de informática, sempre baseadas em idéias inovadoras através dos projetos
desenvolvidos nas disciplinas da graduação.
Em
Sergipe temos o parque tecnológico chamado SERGIPETEC o qual tem presente
organizações estatais bem como com empresas privadas, divididas por tarefas mas
com fins semelhantes , desenvolver tecnologia voltada para uso do governo, esse
parque também é responsável por fazer uma ponte entre universidades , cursos
técnicos e o próprio parque. A relação é de ganho mutuo, pois tanto as
universidades, faculdades e cursos tecnólogos ganham por poder proporcionar
conhecimento pratico e especifico aos estudantes e lucra também o parque
tecnológico pois ganha a melhor mão de obra aprendiz selecionada dentre as
melhores instituições de ensino do estado.
CURIOSIDADE
Brasil
terá 1º parque tecnológico para pesquisas da construção civil o
parque tecnológico vai abranger uma área de 20 mil m², dentro do campus da UnB
(Universidade de Brasília) na cidade satélite do Gama, e as obras começam em
2012. O investimento inicial será de R$ 25 milhões. A ideia é que as pesquisas
desenvolvidas no Pisac orientem a indústria para construções com
materiais pouco poluentes, custo reduzido de água e energia e com geração
de menos carbono na atmosfera. O projeto, que estará atrelado ao
Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade (Lacis) da UnB,
prevê também a necessidade de identificar fragilidades e gargalos na
cadeia produtiva, além de prospectar novos métodos de engenharia
e tecnologia para a construção civil.
ALGUMAS
FONTES: